Cântico dos Cânticos 2

1848 - Almeida Antiga | Antigo Testamento
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1
EU sou a rosa de Saron, o lirio dos valles.
2
Qual o lirio entre os espinhos, tal he minha amiga entre as filhas.
3
Qual a maceira entre as arvores do bosque, tal he meu amado entre os filhos: desejo muito sua sombra, e debaixo della me assento; e seu fruto he doce a meu pádar.
4
Leva-me a a casa do vinho, e o amor he sua bandeira sobre mim.
5
Sustentai-me com frascos, esforçai me com maçãs: porque estou enferma de amor.
6
Sua mão esquerda esteja de baixo de minha cabeça, e sua direita me abrace.
7
Esconjuro-vos, ó filhas de Jerusalem, que andais com as corças ou cervas do campo; que não acordeis; nem desperteis ao amor, até que queira.
8
Esta he a voz de meu amado, vedelo aqui, que já vem; saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.
9
Meu amado he semelhante ao gamo, ou ao filho dos veados: eis que está de tras de nossa parede, olhando pelas janellas, reluzindo pelas grades.
10
Meu amado responde, e me diz: levanta-te, amiga minha, minha formosa, e vem-te.
11
Porque eis que passou o inverno: a chuva se acabou, e se foi.
12
As flores se mostrão na terra, o tempo de cantar chega: e a voz da rola se ouve em nossa terra.
13
A figueira produz seus figuinhos, e as vides em agraço dão cheiro: levanta-te, amiga minha, minha formosa, e vem-te.
14
Pomba minha, andando pelas fendas das penhas no occulto das ladeiras, mostra-me tua vista, faze-me ouvir tua voz: porque tua voz he doce, e tua vista agradavel:
15
Tomai-nos as raposas, as raposinhas, que danificão as vinhas, porque nossas vinhas estão em agraço.
16
Meu amado he meu, e eu sou a sua: elle apascenta entre os lirios.
17
Até que chegue aquelle dia, e as sombras se acolhão: torna-te, amado meu, faze-te semelhante ao gamo, ou ao filho dos veados, sobre os montes de Bether.
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